Dia 26 - Uma obra de arte
Árvores e Vegetação Rasteira, Julho de 1887:
depois de várias tentativas junto do google, dignas de um verdadeiro detetive, descobri que é este o título do quadro perante o qual se me encheram os olhos de lágrimas, no museu Van Gogh, quando lá estive há já muito tempo, no final do século passado.
Ainda hoje não consigo explicar o que me comoveu tão profundamente.
A extrema solidão dum mundo vegetal, sem ruas, nem casas, nem pessoas - e nem céu nem sol tão pouco,
e no entanto as manchas de sol na vegetação e a faixa de luz no espaço do desnível entre as árvores,
a intimidade com quem experimenta e dá testemunho dessa solidão?
A quase-impossibilidade de dizer tudo isto e no entanto tudo tão presente, tão intenso, tão pungente.
Deve ter sido algo semelhante que Don McLean sentiu e exprimiu no comovente tema Starry, Starry Night, dedicado a Van Gogh e gravado ao vivo em 2001, pouco depois da altura em que eu própria visitei o museu: