Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

leitor ideal

leitor ideal

(este desafio deve ter tido origem no Brasil. Entenda-se, em português de Portugal: uma discussão parva)

 

Filha quase-única (os meus três meio-irmãos eram muito mais velhos do que eu) dum pai abusivo, sempre tive tendência para evitar confrontos e discussões: o resultado podia ser bastante mau para mim.

Na idade adulta, fiquei presa durante muitos anos  num casamento igualmente disfuncional, que quase me destruiu emocionalmente.

Assim, não tenho memória de discussões parvas. As minhas discussões, tanto com o meu pai como com o meu ex-marido, tinham antes dimensões extremamente dramáticas, pelo estado de devastação emocional em que eu ficava depois de ser objeto da  violência de ambos.

Depois do meu divórcio, tenho vindo a aprender a proteger-me e a cuidar de mim. Pratico meditação diariamente, como que num exercício ritual de (ainda) lamber as feridas.

Só lamento evitar, também ainda, as discussões e os confrontos e não ter tido algumas discussões parvas, como as que nascem da intimidade com alguém que nos ama e cuida de nós.

Mas talvez ainda vá a tempo de começar a ter discussões, confrontos... e algumas discussões parvas pelo meio.