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leitor ideal

leitor ideal

Andava eu a pensar no que havia de escrever - e já tinha algumas ideias, num enredo bastante complicado e desmotivador - quando ontem, no primeiro dia do ano, me chegou a mensagem de Ano Novo do Yongey Mingyur Rinpoche, que deixo aqui. Foi o "sopro de esperança" de que andava à procura. Neste curto vídeo, Mingyur Rinpoche exorta-nos a que descubramos o nosso amor-compaixão, sabedoria e consciência inatos, que estão sempre presentes em nós, e que nos liguemos a essa verdadeira (...)
Naquela manhã, quando saí da cama e me pus a andar pela casa, vi que estava sozinha. Fui à cozinha e em cima da mesa estava um prato fundo de plástico verde com um resto de corn-flakes e, ao lado, uma maçã mordida, com uma bela casca vermelha. Lembrei-me da Branca-de-Neve e da Bruxa-Má, mas foi apenas uma lembrança súbita e passageira - afinal, a Catarina já tinha doze anos e deixara de se entreter com esse tipo de histórias. Abri a porta e fui ao alpendre e vi que a bicicleta (...)
As minhas tardes de domingo têm-se pautado, desde sempre, pelo abandono à preguiça, muito ao jeito daquele tema dos Moody Blues: "Lazy day, Sunday afternoon/Time to put your feet up and watch T.V...."  e por isso tenho uma lembrança bastante vívida das tardes de domingo que escaparam a essa rotina. Numa delas, teria eu 16 anos, fui desafiada pela Maria João, a minha companheira de aventuras, a assistir a um concerto na Biblioteca Nacional. Não sabia exatamente qual seria o (...)
O koan Tradicionalmente, o koan - frase ou pergunta de caráter enigmático e paradoxal, usado em práticas de meditação no budismo zen com o objetivo de dissolver o raciocínio lógico e conceptual, conduzindo o praticante a uma súbita iluminação intuitiva (satori) - é a expressão mais refinada e subtil duma "pergunta intrigante". Segundo John F. Fisher, em An Analysis of the Koans in the Mu Mon Kwan, embora os koans sejam diferentes entre si, a mensagem é a mesma: "... o (...)
O gesto inspirador dum budista feliz Yongey Mingyur Rinpoche, a quem já me referi neste blogue, nasceu no Nepal em 1975. É um professor de meditação conhecido mundialmente, com uma experiência pessoal de ataques de ansiedade e de pânico, que duraram por toda a infância; na adolescência, aprendeu a transformar essa experiência através da meditação. Começou a estudar meditação em jovem com o próprio pai, Tulku Urgyen Rinpoche, um respeitado professor budista. Também ainda (...)
Em Fevereiro de 2020, parecia eu que estava a adivinhar a chegada do covid em Março, iniciei o Joy of Living, um curso on-line, da Tergar Internacional,  comunidade de meditação liderada pelo monge nepalês Yongey Mingyur Rinpoche, que se dedica ao estudo e difusão do budismo tibetano. O objetivo deste curso é, acima de tudo, ensinar a meditação tibetana. No mês seguinte foi declarada a pandemia e o Joy of Living, nas pessoas do Mingyur Rinpoche e dos instrutores da Tergar, foi o (...)
O medo e as fobias O meu maior medo, desde criança,  é o de morrer, mas não chega aos extremos da tanatofobia. Fobias, essas, tenho duas, também desde a infância, que não consegui exorcizar ao longo de toda a vida: de baratas e de cobras. Acho, pois, que estou bem servida, mas não me preocupo excessivamente, porque nem o meu medo nem as minhas fobias me impedem de levar uma vida mais ou menos normal, o que quer que isso queira dizer. O medo do não-humano Contudo, e até para (...)
Há muitos tipos de previsão, desde a rotineira previsão meteorológica a outros tipos de previsão, igualmente especializados, mas menos presentes no no nosso dia-a-dia, como é o caso das previsões feitas no âmbito da Sociologia, do Marketing, da Demografia e da própria História, só para citar alguns exemplos. Todas as previsões deste tipo remetem para o conceito mais vasto de Futurologia ("tentativa de prever, com uma abordagem científica, o futuro mais ou menos remoto da (...)
O Mishimi era um gato amarelo e branco, jovem, muito magro e ágil. Num fim de tarde, por altura do recomeço do ano letivo, seguiu a Catarina quando ela voltava da escola para casa e por lá ficou. Ao princípio era um gatinho, adorável como todos os gatinhos, depois foi crescendo, carente e caprichoso, sempre adorável. Talvez por isso me tenha custado tanto a morte dele - sei que foi num dia 1 de Abril, mas não me lembro do ano. Afinal, ele não era meu, era da minha filha entre o (...)
Dantes eram as árvores As minhas vistas da janela  incluíram-nas sempre, nas casas onde vivi. Primeiro, na infância povoada tanto pelas árvores majestosas da Alameda D. Afonso Henriques como pelas modestas e obscuras nespereiras do pátio interior do meu rés do chão, debaixo das quais os gatos vadios vinham dormir sestas aparentemente sem fim, e agora, naquela que tem sido a minha casa das últimas décadas, também são sempre árvores o que vejo pela janela.  Se olhar para a (...)